Quantcast
Channel: Galeria do Meteorito
Viewing all articles
Browse latest Browse all 1847

Sonda Juno flagra um estranho objeto entrando na atmosfera de Júpiter

$
0
0
estranho brilho visto em Júpiter

O estranho fenômeno avistado foi um brilho distinto que chamou a atenção dos cientistas

A sonda Juno, da NASA, lançada em 2011 para estudar Júpiter bem de perto, identificou algo muito estranho - um brilho forte a uma altitude de 225 km.


Lançada em 2011, a sonda Juno chegou em Júpiter em 2016, e dentre os instrumentos que ela carrega, existe um chamado UVS. Trata-se de um espectrógrafo ultravioleta, preparado para analisar a atmosfera complexa do planeta em busca de auroras.


A observação do estranho fenômeno ocorreu quando Juno seguia em sua órbita elíptica em torno de Júpiter. A cada 53 dias, Juno realiza uma grande aproximação com o planeta, e nesse período, são coletados dados durante 10 horas seguidas.

O estranho fenômeno avistado foi um brilho distinto que chamou a atenção dos cientistas, pois seu pico de luminosidade aconteceu em uma área muito estranha, deixando a equipe confusa.

Estranho brilho em Júpiter registrado pelo instrumento UVS da sonda Juno
Estranho brilho em Júpiter registrado pelo instrumento UVS da sonda Juno.
Créditos: NASA / Juno / Gilles et al

Para descobrir a causa do estranho brilho, os cientistas eliminaram as auroras como possíveis fontes, já que o brilho ocorreu numa área onde elas não acontecem.

Em seguida, os cientistas sugeriram se tratar de um fenômeno chamado TLE (Evento Luminoso Transiente), que são poderosas emissões de luz na atmosfera superior do planeta. Mas isso ainda não convenceu boa parte da comunidade científica, pois apesar dos TLEs ocorrerem na região onde o brilho foi observado, eles não são tão intensos.


Por fim, os cientistas verificaram se o estranho brilho não seria um erro de leitura ou na captação de dados da sonda, porém, os fótons não estavam posicionados de forma aleatória, e sim agrupados, portanto, mais uma hipótese foi descartada.

Resumindo: a conclusão dos cientistas foi que o instrumento captou o brilho da explosão de uma rocha espacial colidindo com a atmosfera de Júpiter.

Auroras polares registradas em Júpiter
Auroras polares registradas em Júpiter.
Créditos: NASA / ESA / Univ. Leicester

Com base na energia emitida, os especialistas estimaram que o objeto tinha de 250 kg à 5 toneladas, com um diâmetro de cerca de 4 metros.

Impactos desse tipo não são raros, já que Júpiter possui um forte poder gravitacional, porém não é todo dia que descobrimos algo assim - registrá-los é uma tarefa difícil.


Rohini Giles, lider do estudo, ressaltou a importância de identificar e estudar eventos de impacto como esse. "Os impactos de asteroides e cometas podem ter efeitos significativos na química da estratosfera de Júpiter, e definir a taxa de impacto é uma parte importante para o entendimento da composição do planeta".

O estudo é muito recente, e ainda não foi revisado por pares, portanto em breve podemos ter mais informações sobre esse e outros impactos em Júpiter.



Imagens: (capa-NASA) / NASA / Juno / Gilles et al / ESA / Univ. Leicester / divulgação
19/02/2021


Gostou da nossa matéria?
Inscreva-se em nosso canal no YouTube
para ver muito mais!


Encontre o site Galeria do Meteorito no Facebook, YouTube, InstagramTwitter e Google+, e fique em dia com o Universo Astronômico.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 1847