18/08/15 - Até que ponto a atividade solar pode influenciar a temperatura da Terra?
As manchas solares (aqueles famosos pontos escuros na superfície do Sol) aparecem e desaparecem diariamente, e os cientistas têm observado essas manchas há 400 anos. Mas recentemente, um grupo de cientistas liderado por Frédeéric Clette utilizou o banco de dados da contagem de manchas solares, e compararam com a quantidade de manchas que temos atualmente. O resultado? Estamos presenciando uma das maiores baixas da atividade solar das últimas décadas!
No século 17 foi criado um projeto para fazer a contagem do número de manchas solares diariamente, o chamado WSN, que inclusive é a experiência mais longa do mundo ainda em execução. Por outro lado, possíveis falhas na contagem foram identificadas na década de 1990, afinal, dois telescópios podem observar diferentes manchas, seja por diferenças de equipamento ou até por perturbações atmosféricas. As grandes discrepâncias foram reconhecidas até mesmo pela União Astronômica Internacional (UAI). Além disso, foi feita uma nova recontagem nas manchas solares, e elas foram comparadas com os resultados anteriores.
Os novos resultados sugerem que o aumento da atividade solar, por exemplo, não está diretamente ligado ao aumento da temperatura global, porém, muitos cientistas já provaram que a temperatura da Terra pode sofrer (como já sofreu) mudanças significativas indiretas por conta da atividade solar.
A Atividade solar e os efeitos na Terra
As manchas solares são criadas pelo campo magnético do Sol, e é de lá que surgem as grande explosões solares e as Ejeções de Massa Coronal., que lançam partículas energéticas para o espaço (às vezes em direção a Terra). Portanto, o número de manchas solares está diretamente ligado a intensidade da atividade solar: poucas manchas, baixa atividade; muitas manchas solares, atividade intensa.
Não há dúvida de que a atividade solar afeta o clima da Terra, mas como isso acontece e quais são os efeitos ainda é uma questão de intensos debates. O que sabemos claramente é que as explosões que acontecem no Sol muitas vezes acabam lançando energia e material que colidem com a magnetosfera da Terra, e isso representa um sério risco para as redes de energia elétrica, sobretudo à nossa tecnologia. Mas o que dizer dos mínimos solares?
Pequena Era Glacial - ela pode ocorrer novamente?
O Sol passa por ciclos que duram 11 anos, e o último máximo aconteceu em 2012, mas como constam nos registros da atividade solar, ele foi signficativamente mais baixo do que o pico anterior, ocorrido em 2001. A tendência agora é de que a atividade solar fica ainda mais fraca durante os próximos anos, até atingir o seu nível mais baixo, e então se intensificará novamente para o próximo pico. Pelo menos é isso que se espera...
Além disso, a recontagem das manchas solares mostrou um aumento constante na atividade solar ao longo dos últimos 300 anos, com um pico no final do século 20, chamado de O Grande Máximo Moderno, de acordo com a UAI. Alguns cientistas climáticos tomaram esses dados como evidência do aumento da temperatura da Terra, que tem sido observada logo após a Revolução Industrial.
As variações podem ser muito drásticas?
Nem todos os cientistas climáticos concordam com essas grandes variações. Alguns estudiosos sugerem que o aumento da temperatura global não está diretamente ligado a atividade solar. Frédéric Clette, líder do projeto e diretor do World Data Centre (WDC), disse que a atividade solar tem suas flutuações, mas elas têm um certo limite.
"No geral, o Sol é relativamente estável, o que significa que seu efeito sobre o clima da Terra não acontece de forma descontrolada", comentou Frédéric. "Se não houvesse essa estabilidade, não estaríamos aqui, pois ela permitiu que a vida surgisse neste planeta".
Fonte: IAU
Imagens: (capa-NASA) / The Galileu Project / NASA / SDO / Svensmark / Christensen
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As manchas solares (aqueles famosos pontos escuros na superfície do Sol) aparecem e desaparecem diariamente, e os cientistas têm observado essas manchas há 400 anos. Mas recentemente, um grupo de cientistas liderado por Frédeéric Clette utilizou o banco de dados da contagem de manchas solares, e compararam com a quantidade de manchas que temos atualmente. O resultado? Estamos presenciando uma das maiores baixas da atividade solar das últimas décadas!
No século 17 foi criado um projeto para fazer a contagem do número de manchas solares diariamente, o chamado WSN, que inclusive é a experiência mais longa do mundo ainda em execução. Por outro lado, possíveis falhas na contagem foram identificadas na década de 1990, afinal, dois telescópios podem observar diferentes manchas, seja por diferenças de equipamento ou até por perturbações atmosféricas. As grandes discrepâncias foram reconhecidas até mesmo pela União Astronômica Internacional (UAI). Além disso, foi feita uma nova recontagem nas manchas solares, e elas foram comparadas com os resultados anteriores.
Os novos resultados sugerem que o aumento da atividade solar, por exemplo, não está diretamente ligado ao aumento da temperatura global, porém, muitos cientistas já provaram que a temperatura da Terra pode sofrer (como já sofreu) mudanças significativas indiretas por conta da atividade solar.
A Atividade solar e os efeitos na Terra
As manchas solares são criadas pelo campo magnético do Sol, e é de lá que surgem as grande explosões solares e as Ejeções de Massa Coronal., que lançam partículas energéticas para o espaço (às vezes em direção a Terra). Portanto, o número de manchas solares está diretamente ligado a intensidade da atividade solar: poucas manchas, baixa atividade; muitas manchas solares, atividade intensa.
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Imagem feita pela sonda SDO da NASA nos mostra como é feita a contagem das manchas solares atualmente. Créditos: NASA / SDO |
Não há dúvida de que a atividade solar afeta o clima da Terra, mas como isso acontece e quais são os efeitos ainda é uma questão de intensos debates. O que sabemos claramente é que as explosões que acontecem no Sol muitas vezes acabam lançando energia e material que colidem com a magnetosfera da Terra, e isso representa um sério risco para as redes de energia elétrica, sobretudo à nossa tecnologia. Mas o que dizer dos mínimos solares?
Pequena Era Glacial - ela pode ocorrer novamente?
O Sol passa por ciclos que duram 11 anos, e o último máximo aconteceu em 2012, mas como constam nos registros da atividade solar, ele foi signficativamente mais baixo do que o pico anterior, ocorrido em 2001. A tendência agora é de que a atividade solar fica ainda mais fraca durante os próximos anos, até atingir o seu nível mais baixo, e então se intensificará novamente para o próximo pico. Pelo menos é isso que se espera...
Além disso, a recontagem das manchas solares mostrou um aumento constante na atividade solar ao longo dos últimos 300 anos, com um pico no final do século 20, chamado de O Grande Máximo Moderno, de acordo com a UAI. Alguns cientistas climáticos tomaram esses dados como evidência do aumento da temperatura da Terra, que tem sido observada logo após a Revolução Industrial.
As variações podem ser muito drásticas?
Nem todos os cientistas climáticos concordam com essas grandes variações. Alguns estudiosos sugerem que o aumento da temperatura global não está diretamente ligado a atividade solar. Frédéric Clette, líder do projeto e diretor do World Data Centre (WDC), disse que a atividade solar tem suas flutuações, mas elas têm um certo limite.
"No geral, o Sol é relativamente estável, o que significa que seu efeito sobre o clima da Terra não acontece de forma descontrolada", comentou Frédéric. "Se não houvesse essa estabilidade, não estaríamos aqui, pois ela permitiu que a vida surgisse neste planeta".
Fonte: IAU
Imagens: (capa-NASA) / The Galileu Project / NASA / SDO / Svensmark / Christensen
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