Astrônomos tentam entender qual o motivo de buracos negros tão gigantescos habitarem o centro de galáxias tão pequenas
Astrônomos avistaram um enorme buraco negro no centro de uma galáxia muito pequena, o que poderia ajudar os cientistas a entender melhor como se forma esse tipo de galáxia, chamada de "anã ultracompacta".
A galáxia, chamada Fornax UCD3, fica a cerca de 60 milhões de anos-luz da Terra. Os astrônomos descobriram que ela abriga um buraco negro supermassivo, que tem cerca de 3,5 milhões de vezes a massa do nosso Sol . Na verdade, o buraco negro central da Via Láctea, Sagittarius A*, tem essa mesma massa. O que intrigou os cientistas é o fato da galáxia Fornax UCD3 abrigar um buraco negro semelhante sendo uma galáxia tão pequena.
Os astrônomos afirmam que as galáxias anãs como Fornax UCD3 têm tipicamente 300 anos-luz de diâmetro, e possuem apenas algumas dezenas de milhões de massas solares. Como comparação, a Via Láctea tem 100.000 anos-luz de comprimento, e pelo menos 400 bilhões de vezes a massa do Sol.
Isso significa que o buraco negro de Fornax UCD3 tem cerca de 4% da massa total da galáxia. Pra se ter uma ideia, as galáxias "normais" têm uma proporção muito menor de apenas 0,3%.
Não é a primeira vez que um enorme buraco negro foi encontrado dentro de uma galáxia anã ultracompacta. Essa já é a quarta descoberta desse tipo, disseram os astrônomos, que sugeriram ainda que uma possível explicação para galáxias anãs possuírem buracos negros tão maciços é a de que, no passado remoto, elas eram gigantes, mas tiveram encontros com galáxias ainda maiores, que roubaram a maioria de suas estrelas, deixando pra trás apenas o núcleo galático com o buraco negro central e algumas estrelas remanescentes..
"Para poder dizer com total segurança que esta hipótese está correta, precisamos descobrir buracos negros ainda mais supermassivos em UCDs (anãs ultracompactas)", disse Anton Afanasiev, físico da Universidade Lomonosov de Moscou, na Rússia, e principal autor do estudo, publicado na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society.
Para encontrar esse buraco negro gigantesco na galáxia Fornax UCD3, os astrônomos utilizaram um espectrógrafo que observa próximo do infravermelho chamado SINFONI, instalado em um dos elementos do Very Large Telescope, no Chile.
Os espectrógrafos permitem a medição das velocidades das estrelas. As novas observações mostraram que a dispersão de velocidade das estrelas em Fornax UCD3 foi muito mais elevada na região central. A existência de um buraco negro é a melhor explicação para esse tipo de observação. Com isso, de acordo com a movimentação das estrelas ao redor do núcleo de uma galáxia, é possível determinar o poder gravitacional do objeto, e portanto, sua massa.
Imagens: (capa-ESO) / NASA / STScI / ESO / Afanasiev et al.
20/08/18
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Astrônomos avistaram um enorme buraco negro no centro de uma galáxia muito pequena, o que poderia ajudar os cientistas a entender melhor como se forma esse tipo de galáxia, chamada de "anã ultracompacta".
A galáxia, chamada Fornax UCD3, fica a cerca de 60 milhões de anos-luz da Terra. Os astrônomos descobriram que ela abriga um buraco negro supermassivo, que tem cerca de 3,5 milhões de vezes a massa do nosso Sol . Na verdade, o buraco negro central da Via Láctea, Sagittarius A*, tem essa mesma massa. O que intrigou os cientistas é o fato da galáxia Fornax UCD3 abrigar um buraco negro semelhante sendo uma galáxia tão pequena.
Os astrônomos afirmam que as galáxias anãs como Fornax UCD3 têm tipicamente 300 anos-luz de diâmetro, e possuem apenas algumas dezenas de milhões de massas solares. Como comparação, a Via Láctea tem 100.000 anos-luz de comprimento, e pelo menos 400 bilhões de vezes a massa do Sol.
Isso significa que o buraco negro de Fornax UCD3 tem cerca de 4% da massa total da galáxia. Pra se ter uma ideia, as galáxias "normais" têm uma proporção muito menor de apenas 0,3%.
Galáxia NGC 1399 e sua galáxia satélite Fornax UCD3.
Créditos: NASA / STScI / ESO / Afanasiev et al.
Não é a primeira vez que um enorme buraco negro foi encontrado dentro de uma galáxia anã ultracompacta. Essa já é a quarta descoberta desse tipo, disseram os astrônomos, que sugeriram ainda que uma possível explicação para galáxias anãs possuírem buracos negros tão maciços é a de que, no passado remoto, elas eram gigantes, mas tiveram encontros com galáxias ainda maiores, que roubaram a maioria de suas estrelas, deixando pra trás apenas o núcleo galático com o buraco negro central e algumas estrelas remanescentes..
"Para poder dizer com total segurança que esta hipótese está correta, precisamos descobrir buracos negros ainda mais supermassivos em UCDs (anãs ultracompactas)", disse Anton Afanasiev, físico da Universidade Lomonosov de Moscou, na Rússia, e principal autor do estudo, publicado na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society.
Para encontrar esse buraco negro gigantesco na galáxia Fornax UCD3, os astrônomos utilizaram um espectrógrafo que observa próximo do infravermelho chamado SINFONI, instalado em um dos elementos do Very Large Telescope, no Chile.
Os espectrógrafos permitem a medição das velocidades das estrelas. As novas observações mostraram que a dispersão de velocidade das estrelas em Fornax UCD3 foi muito mais elevada na região central. A existência de um buraco negro é a melhor explicação para esse tipo de observação. Com isso, de acordo com a movimentação das estrelas ao redor do núcleo de uma galáxia, é possível determinar o poder gravitacional do objeto, e portanto, sua massa.
Imagens: (capa-ESO) / NASA / STScI / ESO / Afanasiev et al.
20/08/18
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