Atividade solar desconhecida intriga cientistas e especialistas - como isso é possível?
Os cientistas recentemente mapearam como o brilho de alta energia do Sol se manifesta ao seu redor ao longo do tempo. Eles encontraram um elo potencial entre essas emissões de alta energia, o campo magnético flutuante do Sol e o período do ciclo solar de 11 anos. Segundo especialistas, isso pode mudar o nosso entendimento sobre como ocorre o funcionamento interno da nossa estrela.
Tim Linden, um astrônomo da Universidade de Ohio, nos EUA, e seus colegas, enviaram a pesquisa recém lançada para a revista Physical Review Letters. Eles examinaram uma década de dados do telescópio espacial Fermi Gamma-ray, da NASA, para melhor analisar a emissão de raios gama do Sol - a forma mais energética de radiação eletromagnética do Universo.
Para sua surpresa, escreve Shannon Hall, da Scientific American, os pesquisadores descobriram que os raios gama mais intensos parecem estranhamente sincronizados com o período mais silencioso do ciclo solar. Durante o último mínimo solar, de 2008 a 2009, Fermi detectou oito raios gama de alta energia (cada um com energias superiores a 100 giga-elétron-volts, ou GeV) emitidos pelo Sol.
Por outro lado, nos oito anos seguintes, à medida que a atividade solar aumentava, não havia emissão de raios gama de alta energia. As chances de que isso aconteça aleatoriamente, diz Linden, são extremamente baixas. Muito provavelmente, os raios gama são desencadeados por algum aspecto do ciclo de atividade do Sol, mas como isso acontece ainda é um mistério.
A equipe especula que esses raios gama provavelmente são emitidos quando poderosos raios cósmicos - produzidos em todo o Universo por violentos eventos astrofísicos como supernovas e colisões de estrelas de nêutrons - se chocam contra a superfície do Sol. Se um único raio cósmico colide com uma partícula da atmosfera solar, cria uma chuva de partículas secundárias e radiação, incluindo raios gama. Esses bombardeamentos geralmente seriam totalmente absorvidos pelo Sol. Mas, de acordo com uma hipótese que remonta à década de 1990, alguns desses jatos secundários podem ser rebatidos e afastados da nossa estrela por fortes flutuações em seu campo magnético.
Tim Linden e seus colegas também descobriram outra curiosidade que jamais havia sido prevista: durante o mínimo solar, a maioria dos raios gama acima de 50 GeV são emitidos perto do equador do Sol, mas durante todo o resto do ciclo eles tendem a vir das regiões polares. Isso significa que a emissão total de raios gama do Sol é mais intensa ao longo de seu equador no mínimo solar e em seus pólos durante o máximo.
Agora, os pesquisadores pretendem entender melhor como a atividade solar se desenrola para que isso seja possível. Apesar de ser a nossa estrela, a mãe de toda a vida na Terra, ela ainda guarda segredos que prometem deixar muitos pesquisadores no escuro...
Imagens: (capa-ilustração) / SDO / divulgação
06/04/18
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Os cientistas recentemente mapearam como o brilho de alta energia do Sol se manifesta ao seu redor ao longo do tempo. Eles encontraram um elo potencial entre essas emissões de alta energia, o campo magnético flutuante do Sol e o período do ciclo solar de 11 anos. Segundo especialistas, isso pode mudar o nosso entendimento sobre como ocorre o funcionamento interno da nossa estrela.
Tim Linden, um astrônomo da Universidade de Ohio, nos EUA, e seus colegas, enviaram a pesquisa recém lançada para a revista Physical Review Letters. Eles examinaram uma década de dados do telescópio espacial Fermi Gamma-ray, da NASA, para melhor analisar a emissão de raios gama do Sol - a forma mais energética de radiação eletromagnética do Universo.
Para sua surpresa, escreve Shannon Hall, da Scientific American, os pesquisadores descobriram que os raios gama mais intensos parecem estranhamente sincronizados com o período mais silencioso do ciclo solar. Durante o último mínimo solar, de 2008 a 2009, Fermi detectou oito raios gama de alta energia (cada um com energias superiores a 100 giga-elétron-volts, ou GeV) emitidos pelo Sol.
As imagens feitas pelo observatório Solar Dynamics mostram a diferença entre
o mínimo e máximo solar - o ciclo de 11 anos da atividade solar.
Créditos: SDO / divulgação
Por outro lado, nos oito anos seguintes, à medida que a atividade solar aumentava, não havia emissão de raios gama de alta energia. As chances de que isso aconteça aleatoriamente, diz Linden, são extremamente baixas. Muito provavelmente, os raios gama são desencadeados por algum aspecto do ciclo de atividade do Sol, mas como isso acontece ainda é um mistério.
A equipe especula que esses raios gama provavelmente são emitidos quando poderosos raios cósmicos - produzidos em todo o Universo por violentos eventos astrofísicos como supernovas e colisões de estrelas de nêutrons - se chocam contra a superfície do Sol. Se um único raio cósmico colide com uma partícula da atmosfera solar, cria uma chuva de partículas secundárias e radiação, incluindo raios gama. Esses bombardeamentos geralmente seriam totalmente absorvidos pelo Sol. Mas, de acordo com uma hipótese que remonta à década de 1990, alguns desses jatos secundários podem ser rebatidos e afastados da nossa estrela por fortes flutuações em seu campo magnético.
Tim Linden e seus colegas também descobriram outra curiosidade que jamais havia sido prevista: durante o mínimo solar, a maioria dos raios gama acima de 50 GeV são emitidos perto do equador do Sol, mas durante todo o resto do ciclo eles tendem a vir das regiões polares. Isso significa que a emissão total de raios gama do Sol é mais intensa ao longo de seu equador no mínimo solar e em seus pólos durante o máximo.
Agora, os pesquisadores pretendem entender melhor como a atividade solar se desenrola para que isso seja possível. Apesar de ser a nossa estrela, a mãe de toda a vida na Terra, ela ainda guarda segredos que prometem deixar muitos pesquisadores no escuro...
Imagens: (capa-ilustração) / SDO / divulgação
06/04/18
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