Será que Europa abriga algum tipo de vida? Estamos cada vez mais próximos de responder essa enigmática questão...
Uma possível missão da NASA de busca por vida na lua Europa, de Júpiter, começa a sair do papel.
Não é de hoje que os cientistas apostam nesse satélite natural de Júpiter como um dos locais mais plausíveis de abrigar vida fora da Terra. Alguns projetos já foram publicados, e um pousador estacionário seria usado para iniciar a exploração nessa lua gelada.
O pousador deverá ter 3 conjuntos de instrumentos para buscar sinais de vida extraterrestre através de amostras coletadas sob a superfície de Europa, de acordo com o novo relatório da Equipe de Definição de Ciências, composta por 21 membros.
Esses instrumentos primários incluirão um "analisador orgânico de composição", um sistema de microscópios e um "espectrômetro vibratório", afirmou o relatório.
A busca por vida extraterrestre é o objetivo principal da missão. Além disso, os cientistas estão interessados em avaliar a habitabilidade do enorme oceano de água líquida que existe abaixo da superfície de gelo do planeta, o que facilitaria o desenvolvimento de futuras missões robóticas.
Os astrobiólogos consideram Europa como uma das melhores apostas do Sistema Solar para hospedar vida extraterrestre. E isso não se deve apenas ao fato da lua possuir um oceano escondido abaixo da crosta de gelo, mas também a chance desse oceano estar em contato com o manto rochoso de Europa, o que tornaria possível todos os tipos de reações químicas interessantes. Segundo os astrônomos, a lua Encélado, de Saturno, parece ser o único outro mundo oceânico além da Terra onde isso seria possível.
A missão de sobrevoo em Europa já está sendo desenvolvida pela NASA, e está programada para ser lançada em meados de 2020. A espaçonave movida a energia solar irá orbitar Júpiter e avaliar a habitabilidade da lua Europa durante o curso de 45 encontros rasantes com o satélite.
Mas no final de 2015, o congresso ordenou à NASA que acrescentasse um componente diferente na missão à Europa: um pousador. A agência está, portanto, estudando quais seriam as melhores maneiras para que isso aconteça de verdade, e as novas informações que estamos divulgando aqui fazem parte desse processo.
Até o momento, a ideia é que o pousador não seja lançado junto com esse primeiro orbitador, mas sim com um segundo, o que poderia acontecer em 2024. A missão chegaria a Júpiter em cerca de 5 anos após seu lançamento, e em seguida, realizaria uma série de sobrevoos rasantes por um ano e meio.
Logo após os sobrevoos, seria iniciado o procedimento de pouso, enquanto a outra sonda continuaria orbitando Europa.
Para pousar, seriam usados foguetes retrógrados em uma espécie de guindaste, que desceria e posicionaria o pousador na superfície de Europa. Esse sistema de pouso foi utilizado pela primeira com a sonda Curiosity, em Marte. Pára-quedas estão fora de cogitação, já que a atmosfera de Europa é rarefeita.
Na superfície de Europa
O pousador operaria por pelo menos 20 dias, que é o tempo de vida estimado de suas baterias. Nesse período, seriam coletadas amostras de pelo menos 4 centímetros abaixo da superfície, a fim de obter material que não tenha sido destruído ou alterado pela radiação que bombardeia o satélite. Em seguida, os dados seriam enviados para a Terra com a ajuda do orbitador.
A radiação intensa em Europa limitaria o tempo de vida do orbitador a cerca de 30 dias. Isso descarta a possibilidade de missões de longo prazo.
Além de coletar amostras do terreno, o pousador teria instrumentos para registrar imagens do local e analisar o ambiente em 3D. Um sismógrafo também será incluso na carga útil do pousador, o que ajudará a determinar a camada de gelo e a espessura do oceano através de monitoramento acústico de rachaduras na camada de gelo.
Ainda existe muito a ser estudado e analisado antes que a missão fique pronta para o lançamento. Isso tudo é só o início do que pode ser uma das missões mais importantes na história da exploração espacial. Apesar disso, o conceito apresentado até agora já nos fornece dicas importantes sobre como a missão pode acontecer, quais serão suas prioridades e as estimativas de duração.
Para exemplificar a dimensão e a importância desses primeiros relatórios, é como se pudéssemos ver o esboço da escultura de Auguste Rodin, O Pensador, antes mesmo dela começar a ser esculpida. Agora só falta ganhar forma...
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / Kevin Hand / JPL-Caltech / Jack Cook / Woods Hole Oceanographic Institution / Howard Perlman / USGS / Galeria do Meteorito / divulgação / NASA / JPL-Caltech
14/02/17
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Uma possível missão da NASA de busca por vida na lua Europa, de Júpiter, começa a sair do papel.
Não é de hoje que os cientistas apostam nesse satélite natural de Júpiter como um dos locais mais plausíveis de abrigar vida fora da Terra. Alguns projetos já foram publicados, e um pousador estacionário seria usado para iniciar a exploração nessa lua gelada.
O pousador deverá ter 3 conjuntos de instrumentos para buscar sinais de vida extraterrestre através de amostras coletadas sob a superfície de Europa, de acordo com o novo relatório da Equipe de Definição de Ciências, composta por 21 membros.
Esses instrumentos primários incluirão um "analisador orgânico de composição", um sistema de microscópios e um "espectrômetro vibratório", afirmou o relatório.
A busca por vida extraterrestre é o objetivo principal da missão. Além disso, os cientistas estão interessados em avaliar a habitabilidade do enorme oceano de água líquida que existe abaixo da superfície de gelo do planeta, o que facilitaria o desenvolvimento de futuras missões robóticas.
Ilustração mostra Europa e Terra em escala, junto com a quantidade de água de cada um representada em esferas.
Créditos: Kevin Hand / JPL-Caltech / Jack Cook / Woods Hole Oceanographic Institution / Howard Perlman / USGS
Edição: Galeria do Meteorito
Os astrobiólogos consideram Europa como uma das melhores apostas do Sistema Solar para hospedar vida extraterrestre. E isso não se deve apenas ao fato da lua possuir um oceano escondido abaixo da crosta de gelo, mas também a chance desse oceano estar em contato com o manto rochoso de Europa, o que tornaria possível todos os tipos de reações químicas interessantes. Segundo os astrônomos, a lua Encélado, de Saturno, parece ser o único outro mundo oceânico além da Terra onde isso seria possível.
A missão de sobrevoo em Europa já está sendo desenvolvida pela NASA, e está programada para ser lançada em meados de 2020. A espaçonave movida a energia solar irá orbitar Júpiter e avaliar a habitabilidade da lua Europa durante o curso de 45 encontros rasantes com o satélite.
Mas no final de 2015, o congresso ordenou à NASA que acrescentasse um componente diferente na missão à Europa: um pousador. A agência está, portanto, estudando quais seriam as melhores maneiras para que isso aconteça de verdade, e as novas informações que estamos divulgando aqui fazem parte desse processo.
Ilustração artística mostra uma sonda movida a energia nuclear explorando os oceanos escondidos de Europa.
Créditos: divulgação
Até o momento, a ideia é que o pousador não seja lançado junto com esse primeiro orbitador, mas sim com um segundo, o que poderia acontecer em 2024. A missão chegaria a Júpiter em cerca de 5 anos após seu lançamento, e em seguida, realizaria uma série de sobrevoos rasantes por um ano e meio.
Logo após os sobrevoos, seria iniciado o procedimento de pouso, enquanto a outra sonda continuaria orbitando Europa.
Para pousar, seriam usados foguetes retrógrados em uma espécie de guindaste, que desceria e posicionaria o pousador na superfície de Europa. Esse sistema de pouso foi utilizado pela primeira com a sonda Curiosity, em Marte. Pára-quedas estão fora de cogitação, já que a atmosfera de Europa é rarefeita.
Na superfície de Europa
O pousador operaria por pelo menos 20 dias, que é o tempo de vida estimado de suas baterias. Nesse período, seriam coletadas amostras de pelo menos 4 centímetros abaixo da superfície, a fim de obter material que não tenha sido destruído ou alterado pela radiação que bombardeia o satélite. Em seguida, os dados seriam enviados para a Terra com a ajuda do orbitador.
Ilustração artística de um pousador na superfície da lua Europa, de Júpiter.
Créditos: NASA / JPL-Caltech
A radiação intensa em Europa limitaria o tempo de vida do orbitador a cerca de 30 dias. Isso descarta a possibilidade de missões de longo prazo.
Além de coletar amostras do terreno, o pousador teria instrumentos para registrar imagens do local e analisar o ambiente em 3D. Um sismógrafo também será incluso na carga útil do pousador, o que ajudará a determinar a camada de gelo e a espessura do oceano através de monitoramento acústico de rachaduras na camada de gelo.
Ainda existe muito a ser estudado e analisado antes que a missão fique pronta para o lançamento. Isso tudo é só o início do que pode ser uma das missões mais importantes na história da exploração espacial. Apesar disso, o conceito apresentado até agora já nos fornece dicas importantes sobre como a missão pode acontecer, quais serão suas prioridades e as estimativas de duração.
Para exemplificar a dimensão e a importância desses primeiros relatórios, é como se pudéssemos ver o esboço da escultura de Auguste Rodin, O Pensador, antes mesmo dela começar a ser esculpida. Agora só falta ganhar forma...
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / Kevin Hand / JPL-Caltech / Jack Cook / Woods Hole Oceanographic Institution / Howard Perlman / USGS / Galeria do Meteorito / divulgação / NASA / JPL-Caltech
14/02/17
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