20/05/16 - Você já pensou como seria a experiência de um ser-humano na superfície do planeta anão Ceres?
Essa matéria faz parte da série especial 'Como seria viver em outros planetas?' Confira todos os episódios clicando aqui.
Não é a toa que a região do Cinturão de Asteroides tem esse nome. Localizada entre as órbitas de Marte e Júpiter, essa zona é preenchida pela maior parte dos asteroides de todo o Sistema Solar, e eles têm diversos tamanhos, desde pequenas rochas de poucos milímetros até corpos gigantescos, com dezenas de centenas de metros.
O Cinturão de Asteroides ganhou a atenção do público após o surgimento da ideai de mineração espacial, que futuramente buscará diversos compostos químicos nessas rochas, especialmente a água, que pode ser dividida em hidrogênio e oxigênio, servindo como combustíveis.
E de todos os objetos do Cinturão de Asteroides, Ceres é o maior, que sozinho possui cerca de um terço de toda a massa do cinturão. Antes ele era intitulado como asteroide, mas agora ganhou a classificação de planeta anão por conta de suas características físicas. Os cientistas acreditam que o interior de Ceres possui mais água doce do que em todo planeta Terra, e sua gravidade alta (em comparação com outros objetos de região) faz com que Ceres seja o local mais recomendado para se construir uma base no Cinturão de Asteroides. Mas como seria viver na superfície de Ceres?
A primeira sonda espacial que visitou o planeta anão Ceres foi a Dawn, da NASA, em março de 2015, quando imagens da superfície do planeta anão mostraram detalhes inimagináveis, como aqueles pontos brilhantes, que mexeram até com o imaginário de muita gente...
O Observatório Espacial Herschel detectou em Ceres alguns jatos de vapor de água, que são arremessados para o espaço, possivelmente originários de gêiseres, parecidos com aqueles que temos na Terra. Mas esses gêiseres que ejetam vapor de água em Ceres são tão tênues e discretos que poderíamos passar por alguns deles e nem perceber, portanto, não seriam perigosos para os astronautas.
Apesar de Ceres ser o maior objeto do Cinturão de Asteroides, ele possui apenas cerca de 3% da gravidade da Terra, o que faz com que ele seja um dos poucos objetos do Cinturão possíveis de serem explorados através de caminhadas. "Conseguimos andar na superfície de Ceres, o que é impossível em outros objetos do Cinturão", comenta Chris Lewicki, presidente da empresa Planetary Resources, que pretende explorar recursos naturais de asteroides. Por outro lado, não sabemos exatamente quais seriam os efeitos nocivos da permanência em baixas gravidades por longos períodos .
A baixíssima gravidade de Ceres significa também que sua atmosfera é quase inexistente, portanto, você não notaria diferenças climáticas, e nem veria um céu colorido. Ao olhar para o alto, você veria um céu escuro, mesmo durante o dia. E se você está pensando que pelo menos poderia ver muitos asteroides, teria uma grande decepção, já que as rochas espaciais no Cinturão de Asteroides estão separadas por cerca de 1,6 milhões de km.
Um fato interessante é que, com algum esforço, apenas caminhando, poderíamos dar a volta completa em Ceres, percorrendo todo o planeta anão, já que sua área de superfície é igual a da Índia.
A permanência em Ceres não seria nada fácil, considerando sua variação extrema de temperaturas. Durante o dia, experimentaríamos cerca de -73°C, e durante a noite seria ainda mais congelante, com cerca de -143°C. Por outro lado, mudanças de estações são quase imperceptíveis, já que o paneta anão possui uma pequena inclinação de eixo.
Ceres localiza-se cerca de três vezes mais distante do Sol do que a Terra, e seus dias têm duração de 9 horas terrestres, e seu ano, 4,6 anos terrestres. O Sol ao meio dia teria apenas 15% do brilho que estamos acostumados aqui na Terra, e seu tamanho aparente no céu também seria menor, com cerca de 33% do tamanho quando visto do nosso planeta.
O pôr e o nascer do Sol não seriam nada parecidos com os espetáculos que vemos em nosso planeta. Por conta de sua baixíssima atmosfera, leva apenas cerca de 45 segundos para mudar do breu para a luz do dia, e vice-versa. Esqueça o show de cores no horizonte, e as fotografias exuberantes com tons alaranjados. Mas se mesmo assim você insistisse em mandar as fotos do raiar do dia para seus amigos na Terra, levaria entre 15 e 30 minutos para que sua mensagem chegasse ao seu destino (dependo da proximidade do planeta anão com a Terra), e mais 15 ou 30 minutos para receber uma resposta...
Imagens: (capa-ilustração/Galeria do Meteorito) / NASA / Dawn / NASA
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Não é a toa que a região do Cinturão de Asteroides tem esse nome. Localizada entre as órbitas de Marte e Júpiter, essa zona é preenchida pela maior parte dos asteroides de todo o Sistema Solar, e eles têm diversos tamanhos, desde pequenas rochas de poucos milímetros até corpos gigantescos, com dezenas de centenas de metros.
O Cinturão de Asteroides ganhou a atenção do público após o surgimento da ideai de mineração espacial, que futuramente buscará diversos compostos químicos nessas rochas, especialmente a água, que pode ser dividida em hidrogênio e oxigênio, servindo como combustíveis.
E de todos os objetos do Cinturão de Asteroides, Ceres é o maior, que sozinho possui cerca de um terço de toda a massa do cinturão. Antes ele era intitulado como asteroide, mas agora ganhou a classificação de planeta anão por conta de suas características físicas. Os cientistas acreditam que o interior de Ceres possui mais água doce do que em todo planeta Terra, e sua gravidade alta (em comparação com outros objetos de região) faz com que Ceres seja o local mais recomendado para se construir uma base no Cinturão de Asteroides. Mas como seria viver na superfície de Ceres?
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Imagem aproximada mostra um dos intrigantes pontos brilhantes encontrados na superfície de Ceres. Créditos: NASA / Dawn Spacecraft |
A primeira sonda espacial que visitou o planeta anão Ceres foi a Dawn, da NASA, em março de 2015, quando imagens da superfície do planeta anão mostraram detalhes inimagináveis, como aqueles pontos brilhantes, que mexeram até com o imaginário de muita gente...
O Observatório Espacial Herschel detectou em Ceres alguns jatos de vapor de água, que são arremessados para o espaço, possivelmente originários de gêiseres, parecidos com aqueles que temos na Terra. Mas esses gêiseres que ejetam vapor de água em Ceres são tão tênues e discretos que poderíamos passar por alguns deles e nem perceber, portanto, não seriam perigosos para os astronautas.
Apesar de Ceres ser o maior objeto do Cinturão de Asteroides, ele possui apenas cerca de 3% da gravidade da Terra, o que faz com que ele seja um dos poucos objetos do Cinturão possíveis de serem explorados através de caminhadas. "Conseguimos andar na superfície de Ceres, o que é impossível em outros objetos do Cinturão", comenta Chris Lewicki, presidente da empresa Planetary Resources, que pretende explorar recursos naturais de asteroides. Por outro lado, não sabemos exatamente quais seriam os efeitos nocivos da permanência em baixas gravidades por longos períodos .
A baixíssima gravidade de Ceres significa também que sua atmosfera é quase inexistente, portanto, você não notaria diferenças climáticas, e nem veria um céu colorido. Ao olhar para o alto, você veria um céu escuro, mesmo durante o dia. E se você está pensando que pelo menos poderia ver muitos asteroides, teria uma grande decepção, já que as rochas espaciais no Cinturão de Asteroides estão separadas por cerca de 1,6 milhões de km.
Um fato interessante é que, com algum esforço, apenas caminhando, poderíamos dar a volta completa em Ceres, percorrendo todo o planeta anão, já que sua área de superfície é igual a da Índia.
A permanência em Ceres não seria nada fácil, considerando sua variação extrema de temperaturas. Durante o dia, experimentaríamos cerca de -73°C, e durante a noite seria ainda mais congelante, com cerca de -143°C. Por outro lado, mudanças de estações são quase imperceptíveis, já que o paneta anão possui uma pequena inclinação de eixo.
Ceres localiza-se cerca de três vezes mais distante do Sol do que a Terra, e seus dias têm duração de 9 horas terrestres, e seu ano, 4,6 anos terrestres. O Sol ao meio dia teria apenas 15% do brilho que estamos acostumados aqui na Terra, e seu tamanho aparente no céu também seria menor, com cerca de 33% do tamanho quando visto do nosso planeta.
O pôr e o nascer do Sol não seriam nada parecidos com os espetáculos que vemos em nosso planeta. Por conta de sua baixíssima atmosfera, leva apenas cerca de 45 segundos para mudar do breu para a luz do dia, e vice-versa. Esqueça o show de cores no horizonte, e as fotografias exuberantes com tons alaranjados. Mas se mesmo assim você insistisse em mandar as fotos do raiar do dia para seus amigos na Terra, levaria entre 15 e 30 minutos para que sua mensagem chegasse ao seu destino (dependo da proximidade do planeta anão com a Terra), e mais 15 ou 30 minutos para receber uma resposta...
Imagens: (capa-ilustração/Galeria do Meteorito) / NASA / Dawn / NASA
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