12/05/16 - Através de cálculos precisos, os babilônios compreendiam o céu noturno de forma surpreendente!
Inscrições babilônicas antigas descrevem como encontrar Júpiter no céu noturno, utilizando uma técnica astronômica 1.500 anos à frente de seu tempo! Os resultados do estudo foram publicados na revista Science.
O movimento que Júpiter traça no céu (acelerando e desacelerando dia após dia, por conta da combinação de sua órbita e da Terra) deve ter deixado antigos astrônomos perplexos, fazendo com que eles desenvolvessem técnicas de medição e rastreamento complexas.
Uma antiga escrita cuneiforme, descoberta recentemente, fala exatamente sobre isso: como rastrear Júpiter no céu. Quando combinados com outros quatro achados arqueológicos, percebemos que os babilônios usavam uma técnica surpreendentemente moderna para calcular o movimento de Júpiter ao longo dos meses. Os cálculos usados levam em conta uma matemática complexa, de aceleração e tempo, que só surgiria novamente em 1350, originando o cálculo moderno.
Hoje em dia fazemos conexões entre tempo e distâncias, o que ajuda, por exemplo, um viajante a entender quanto tempo leva para chegar a uma cidade vizinha, de carro, de ônibus ou de trem (o que irá variar de acordo com a velocidade média de cada meio de transporte).
"Isso é muito familiar para qualquer estudante de matemática ou de física", disse Mathieu Ossendrijver, astro-arqueólogo da Universidade Humboldt de Berlim. Mas usar o tempo como uma variável para determinar a velocidade ou a distância nem sempre fez parte da cultura humana. O uso de gráficos para compreender o movimento ou a velocidade ao longo do tempo surgiu recentemente, em meados de 1350, nas Universidades de Oxford e de Paris, e depois, Isaac Newton desenvolveu um cálculo integral. "O que percebemos agora é que esse método já tinha sido inventado na Babilônia, mais de 1500 anos antes."
Mathieu era um astrofísico antes de começar a estudar inscrições antigas da escrita cuneiforme, em 2005. Em 2012 ele publicou um livro com traduções de antigas inscrições babilônicas, que detalham inclusive cálculos astronômicos e tabelas complexas.
Esses cálculos sobre a trajetória de Júpiter devia realmente ser muito importante para a sociedade daquela época, considerando a associação de Júpiter com o deus principal da antiga Babilônia, Marduk.
Segundo achados anteriores, baseados em aritmética, os astrônomos babilônicos mediam a distância que Júpiter percorria no céu em um primeiro dia, e calculavam essa distância por 60 dias. As inscrições recentemente descobertas mostram que ao invés de calcular 60 dias seguidos, eles criaram um método para calcular apenas o 1° e o 60° dia, e com isso, obtinham a distância total percorrida.
A tecnologia avançada foi encontrada em apenas 4 antigas inscrições até o momento, e todas usam palavras diferentes, mas falam do mesmo método. Foram encontradas inscrições e cálculos apenas sobre Júpiter, mas isso abre uma grande possibilidade dos babilônios terem tido conhecimento avançado também sobre outros planetas e seus movimentos no céu.
Um fato curioso é que todos os cálculos lidam com exatamente 60 dias de cálculos, ou 60 dias de observações. Até hoje a Astronomia moderna é baseada em muitos estudos da Astronomia Babilônica, como as constelações do zodíaco, e o sistema de graus, minutos e segundos, para calcular distância no firmamento, também em unidades de 60. Observações e técnicas babilônicas foram traduzidas para o grego, e comprovam tamanho conhecimento desse povo antigo, que habitava a região da Mesopotâmia, onde hoje encontra-se o Iraque.
Ao conhecer as "novas" técnicas e habilidades astronômicas da antiga Babilônia, muitos cientistas já se perguntam sobre a real origem do nosso conhecimento, afinal, muita coisa "criada" a pouco tempo pode na verdade ser algo que já era muito bem conhecido pelos babilônios. Arqueólogos acreditam que ainda exitem muitas inscrições esperando para serem descobertas, isso sem contar com trechos que ainda não foram compreendidos pelos especialistas. Ainda assim com o pouco que já desvendamos podemos afirmar com toda a certeza que o conhecimento da antiga Babilônia era realmente astronômico...
Fonte: Space / Wikipedia
Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / Trustees of the British Museum / Mathieu Ossendrijver / divulgação
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Inscrições babilônicas antigas descrevem como encontrar Júpiter no céu noturno, utilizando uma técnica astronômica 1.500 anos à frente de seu tempo! Os resultados do estudo foram publicados na revista Science.
O movimento que Júpiter traça no céu (acelerando e desacelerando dia após dia, por conta da combinação de sua órbita e da Terra) deve ter deixado antigos astrônomos perplexos, fazendo com que eles desenvolvessem técnicas de medição e rastreamento complexas.
Uma antiga escrita cuneiforme, descoberta recentemente, fala exatamente sobre isso: como rastrear Júpiter no céu. Quando combinados com outros quatro achados arqueológicos, percebemos que os babilônios usavam uma técnica surpreendentemente moderna para calcular o movimento de Júpiter ao longo dos meses. Os cálculos usados levam em conta uma matemática complexa, de aceleração e tempo, que só surgiria novamente em 1350, originando o cálculo moderno.
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Antigas inscrições babilônicas com informações e cálculos complexos para determinar o movimento de Júpiter no céu noturno. Créditos: Trustees of the British Museum / Mathieu Ossendrijver |
Hoje em dia fazemos conexões entre tempo e distâncias, o que ajuda, por exemplo, um viajante a entender quanto tempo leva para chegar a uma cidade vizinha, de carro, de ônibus ou de trem (o que irá variar de acordo com a velocidade média de cada meio de transporte).
"Isso é muito familiar para qualquer estudante de matemática ou de física", disse Mathieu Ossendrijver, astro-arqueólogo da Universidade Humboldt de Berlim. Mas usar o tempo como uma variável para determinar a velocidade ou a distância nem sempre fez parte da cultura humana. O uso de gráficos para compreender o movimento ou a velocidade ao longo do tempo surgiu recentemente, em meados de 1350, nas Universidades de Oxford e de Paris, e depois, Isaac Newton desenvolveu um cálculo integral. "O que percebemos agora é que esse método já tinha sido inventado na Babilônia, mais de 1500 anos antes."
Mathieu era um astrofísico antes de começar a estudar inscrições antigas da escrita cuneiforme, em 2005. Em 2012 ele publicou um livro com traduções de antigas inscrições babilônicas, que detalham inclusive cálculos astronômicos e tabelas complexas.
Esses cálculos sobre a trajetória de Júpiter devia realmente ser muito importante para a sociedade daquela época, considerando a associação de Júpiter com o deus principal da antiga Babilônia, Marduk.
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Segundo achados anteriores, baseados em aritmética, os astrônomos babilônicos mediam a distância que Júpiter percorria no céu em um primeiro dia, e calculavam essa distância por 60 dias. As inscrições recentemente descobertas mostram que ao invés de calcular 60 dias seguidos, eles criaram um método para calcular apenas o 1° e o 60° dia, e com isso, obtinham a distância total percorrida.
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Ilustração artística de antigos babilônios examinando o céu. Artista desconhecido Créditos: divulgação |
A tecnologia avançada foi encontrada em apenas 4 antigas inscrições até o momento, e todas usam palavras diferentes, mas falam do mesmo método. Foram encontradas inscrições e cálculos apenas sobre Júpiter, mas isso abre uma grande possibilidade dos babilônios terem tido conhecimento avançado também sobre outros planetas e seus movimentos no céu.
Um fato curioso é que todos os cálculos lidam com exatamente 60 dias de cálculos, ou 60 dias de observações. Até hoje a Astronomia moderna é baseada em muitos estudos da Astronomia Babilônica, como as constelações do zodíaco, e o sistema de graus, minutos e segundos, para calcular distância no firmamento, também em unidades de 60. Observações e técnicas babilônicas foram traduzidas para o grego, e comprovam tamanho conhecimento desse povo antigo, que habitava a região da Mesopotâmia, onde hoje encontra-se o Iraque.
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Ao conhecer as "novas" técnicas e habilidades astronômicas da antiga Babilônia, muitos cientistas já se perguntam sobre a real origem do nosso conhecimento, afinal, muita coisa "criada" a pouco tempo pode na verdade ser algo que já era muito bem conhecido pelos babilônios. Arqueólogos acreditam que ainda exitem muitas inscrições esperando para serem descobertas, isso sem contar com trechos que ainda não foram compreendidos pelos especialistas. Ainda assim com o pouco que já desvendamos podemos afirmar com toda a certeza que o conhecimento da antiga Babilônia era realmente astronômico...
Fonte: Space / Wikipedia
Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / Trustees of the British Museum / Mathieu Ossendrijver / divulgação
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