Cientistas percebem que a explosão da estrela Betelgeuse está muito mais
próxima do que se pensava - ela deve acontecer a qualquer momento em no
máximo poucas décadas
O novo estudo foi publicado no periódico Monthly Notices da Royal
Astronomical Society, com a participação de cientistas suíços e japoneses,
liderado pelo cientista Dr. Hideyuki Saio da Universidade de Tohoku, no
Japão.
No estudo, ao
analisar a estrela Betelgeuse, os cientistas detectaram variações semi-regulares de 2.200, 420, 230 e
185 dias. Essas variações batem com o modelo de estrelas que estão no fim da
queima de carbono. Além disso, as variações de brilho de Betelgeuse estão
ligadas com seu diâmetro, o que revelou um tamanho maior do que se pensava,
sendo anteriormente de aproximadamente 1.000 vezes o diâmetro do Sol, e
agora de cerca de 1.300 vezes o diâmetro do Sol.
O que está acontecendo com Betelgeuse?
Estrelas queimam hidrogênio em sua fase principal. Em seguida se inicia a
queima do hélio, que se fundirá em carbono.
A fusão do carbono em elementos mais pesados é o estágio final de uma
estrela, porém, ele é longo. Mesmo sabendo que uma estrela está queimando
carbono, isso não é suficiente para precisar se o seu fim como supernova
pode levar 1 ano ou 100.000 anos.
Porém, os cientistas notaram uma coisa: quando o carbono está sendo
queimado, a estrela produz elementos mais pesados como neon, sódio,
magnésio, oxigênio e silício. Se a queima de carbono ainda está produzindo
neon, ela está no início desse estágio final.
Por outro lado, quando a estrela já está produzindo elementos como o
silício, seu estoque de carbono está chegando ao fim. Quando a estrela não
tem mais carbono para queimar, a explosão acontece, pois ela perde
estabilidade (já que não há fusão nuclear em seu núcleo), colapsando sobre
si mesma e gerando a explosão.
Modelos de computador com estrelas idênticas a Betelgeuse, com 11 vezes a
massa do Sol, com brilho e temperaturas iguais, revelaram que a
queda de brilho de Betelgeuse ocorrida entre 2019 e 2020
não se deve apenas a uma
nuvem de gás e poeira
como hipóteses haviam previsto. De acordo com os modelos, a queda de brilho
foi real e a queima de carbono está em seu estágio final.
Portanto, com a queima de carbono nos estágios finais, a
explosão de Betelgeuse pode acontecer a qualquer momento, porém,
diferente do que se pensava que poderia levar até 100 mil anos, agora a
explosão de supernova de Betelgeuse deve acontecer a qualquer momento
dentro das próximas décadas.
A explosão de Betelgeuse é um risco pra Terra?
A explosão de Betelgeuse -
a estrela mais observada dos últimos tempos
- deve ser o evento astronômico mais impressionante desde o início da
humanidade. De acordo com especialistas, a explosão fará com que a estrela
Betelgeuse ganhe um brilho maior do que ao da Lua Cheia, suficiente para
projetar sombras aqui na Terra.
Simulação mostra como deve ser a explosão da estrela Betelgeuse.
Créditos: divulgação
Explosões de supernova podem causar extinção global em qualquer
planeta que tenha vida e que esteja localizado em um raio de no máximo 50
anos-luz de distância.
No caso de Betelgeuse, não há qualquer risco para a Terra, afinal de contas
sua distância é de (no mínimo) 530 anos-luz do nosso planeta.
Portanto estamos longe o suficiente para que não haja qualquer risco para a
vida no nosso planeta, e próximo o suficiente para ver tudo de camarote.
Imagens: (capa-divulgação) / divulgação
04/07/2023
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