A intensidade dos raios cósmicos deve aumentar em 75% nos próximos anos, comprometendo a exploração a Marte
Raios cósmicos são ruim para os astronautas, e podem prejudicar a saúde dos exploradores espaciais. E agora, de acordo com um novo estudo publicado no periódico Journal Space Weather, eles vão se intensificar, a ponto de atrasar a nossa primeira viagem tripulada ao Planeta Vermelho.
"Durante o próximo Ciclo Solar, vamos ver um aumento de 75% nos raios cósmicos", disse Fatemeh Rahmanifard, do Centro de Ciências Espacias da Universidade New Hampshire.
O que são raios cósmicos?
Raios cósmicos são partículas energéticas provenientes do espaço profundo, produzidas por explosões de supernova e outros eventos violentos. Não existe um escudo que seja suficiente para barrá-los, sobretudo quando saímos do sistema Terra-Lua.
Em 1990, a NASA Radiation Safety Limits (Limites de Segurança de Radiação da NASA) estabeleceu um período de 1.000 dias para os astronautas permanecerem no espaço sem que sua saúde seja comprometida pelos raios cósmicos.
Agora, se levarmos em conta o novo estudo, considerando astronautas com até 45 anos de idade, homens poderão permanecer até 290 dias no espaço, e mulheres até 204 dias apenas. A diferença estabelecida entre homens e mulheres se deve ao fato do organismo reagir de forma diferente com relação à radiação, que é bastante danosa principalmente para os órgãos reprodutivos.
A culpa é do Sol
Assim como a Terra tem seu campo magnético, o nosso Sol também possui uma bolha que envolve todo o Sistema Solar. Mas o Sol está com sua atividade baixa, e mesmo durante os últimos máximos solares, os cientistas têm percebido uma queda na quantidade de manchas solares e regiões ativas. Com o Sol mais fraco, o campo magnético que envolve nosso Sistema Solar também enfraquece, e com isso, os raios cósmicos do espaço profundo penetram com muito mais facilidade.
Já aconteceu antes
Durante o Mínimo de Maunder, o Sol ficou praticamente sem mancha solares por 70 anos! Mas calma - não parece ser o caso de agora. De acordo com os cientistas, o que devemos ver será algo mais parecido com o Mínimo de Dalton, ou com o Mínimo de Gleissberg, ocorridos até 1830 e 1920, respectivamente. Se isso realmente acontecer como previsto, os raios cósmicos se intensificarão em 75%.
Não vamos pra Marte, então?!
Seis ou sete meses para uma viagem interplanetária, de ida e volta a Marte, é muito pouco, tornando essa exploração inviável.
Os planos de retorno à Lua podem continuar de pé, mas a nossa primeira visita ao Planeta Vermelho pode ser atrasada, talvez por décadas.
Dados do sensor CRaTER, acoplado ao orbitador LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter), têm nos mostrado desde 2009 como funcionam os raios cósmicos, assim como a oscilação de intensidade que bate perfeitamente com o Ciclo Solar.
Fiquem ligados para novidades!
Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / NOAA / SWPC / divulgação
20/08/2020
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