Durante sua formação, Plutão "criou" um oceano interno, que hoje pode ter água em temperaturas amenas para o surgimento e manutenção da vida
Quando pensamos em Plutão, logo temos uma cena em nossa mente: um lugar frio, distante, pequeno, e inóspito. Correto?! Bom, isso pode estar com seus dias contados. O novo estudo, publicado na revista Nature Geoscience revela evidências de um oceano de água líquida, escondido abaixo da crosta gelada de Plutão, com temperaturas amenas para o surgimento e manutenção da vida.
O estudo liderado por David Rothery, professor de geociência planetária da Universidade The Open, diz ainda que tais características podem ser encontradas, talvez, em outros planetas anões.
Ao analisar mapas topográficos de Plutão, produzidos pela missão New Horizons, que visitou Plutão em 2016, os cientistas encontraram evidências de fraturas de extensão, que geralmente são produzidas pelo congelamento superficial de oceanos, sugerindo um oceano de água líquida entre a crosta e o núcleo.
Ilustração artística mostra oceano abaixo da crosta de Plutão.
Créditos: Pam Engebretson / Physics Org / The Conversation
Como Plutão pode ter um oceano?!
Europa (lua de Júpiter) e Encélado (lua de Saturno) também possuem oceanos de água líquida escondidos abaixo da crosta de gelo, porém, a força gravitacional de seus planetas gigantes gasosos é capaz de aquecer seu interior, permitindo que a água se mantenha em estado líquido.
No caso de Plutão, o calor teria sido fornecido inicialmente por impactos (durante sua formação) e posteriormente, mantido por material radioativo em seu núcleo. A crosta, que de acordo com o estudo teria cerca de 180 km de espessura, agiria como uma atmosfera, protegendo o oceano líquido e mantendo o calor preso abaixo dela.
A chance de vida em oceanos escondidos (desde Europa à Plutão) é empolgante pois abre um leque de possibilidades. Saímos da bolha "zona-habitável" e expandimos nossos horizontes quando o assunto é busca por vida extraterrestre.
Se realmente a vida existe em Plutão, ela não poderia depender da luz solar. Mas de uma coisa os cientistas não têm dúvida: se ainda existe um oceano aquecido, a vida tem chance de prosperar!
Imagens: (capa-NASA) / Pam Engebretson / Physics Org / The Conversation
13/07/2020
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