Seria como "laçar" um asteroide para evitar uma colisão com a Terra...
O método poderia ser chamado de "Cowboys do Espaço", tratando o perigo das rochas espaciais de uma maneira bem diferente e criativa...
Os filmes catástrofe nos acostumaram a encarar o problema dos asteroides em rota de colisão com a Terra usando o velho plano "Rambo", ou seja: bombas!
Uma grande explosão nuclear parecia bastar para resolver tudo, e durante muito tempo se acreditou nisso...
Mais recentemente, descobrimos que a coisa não é assim tão fácil como Hollywood nos faz crer. Explodir um asteroide poderia gerar muitos problemas, como:
Por isso os cientistas começaram a pensar em novas estratégias para lidar com o problema, e agora surgiu um novo plano: "amarrar" o asteroide ameaçador!
Sim, basicamente seria algo como um "Cowboy espacial", onde o asteroide ameaçador pode ser literalmente laçado e amarrado a outro objeto que possa, pouco a pouco (ou muito a muito), tirá-lo da rota de colisão.
A cientista espacial Flaviane Venditti, do Observatório de Arecibo, da Universidade da Flórida Central, sugere um método para amarrar o corpo celeste a outro corpo espacial, o que poderia fazer com que o centro de massa do asteroide se deslocasse, tendo sua trajetória alterada para uma órbita mais segura previamente calculada.
O plano e as simulações de computador realizadas foram detalhados em um artigo científico publicado no EPJ Special Topics.
"As simulações mostraram que o método é dinamicamente viável para resolver o impacto de asteroides. Além disso, ele não gera fragmentação, o que poderia ser um risco potencial", diz ela em um dos trechos do artigo.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que cientistas pensam em laçar asteroides. Em 2019, a cientista brasileira Alessandra Ferraz Ferreira sugeriu utilizar um veículo espacial conectado com um cabo de 100 quilômetros de comprimento que pudesse ser preso a algum asteroide perigoso, criando um efeito de repuxo que pudesse mudar sua trajetória. Por seu projeto, ela até recebeu o prêmio Mario Grossi. A novidade é que agora temos simulações que confirmam a eficácia do método.
Claro que todo esse plano é bem complexo, e depende de muitos fatores: precisaríamos de uma nave que pudesse chegar até o asteroide e "laçá-lo", e ainda precisaríamos encontrar algum outro objeto por perto para amarrá-lo. Mas não deixa de ser uma esperança. Além disso, o método de "laçar" asteroides parece ser mais seguro, evitando explosões que podem gerar escombros perigosos e fora de controle, como a possível chuva de meteoros que pode acontecer com a futura colisão que vai lançar um projétil no asteroide Didymos.
Imagens: (capa-ilustração) / ilustração / divulgação
23/06/2020
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O método poderia ser chamado de "Cowboys do Espaço", tratando o perigo das rochas espaciais de uma maneira bem diferente e criativa...
Os filmes catástrofe nos acostumaram a encarar o problema dos asteroides em rota de colisão com a Terra usando o velho plano "Rambo", ou seja: bombas!
Uma grande explosão nuclear parecia bastar para resolver tudo, e durante muito tempo se acreditou nisso...
Mais recentemente, descobrimos que a coisa não é assim tão fácil como Hollywood nos faz crer. Explodir um asteroide poderia gerar muitos problemas, como:
- Mudança brusca de órbita, que poderia piorar a situação caso ele desviasse na nossa direção, ou caso mudasse para uma outra rota, ameaçando um local que nem estava em perigo direto;
- Partir o objeto em pedaços menores que poderiam atingir outras regiões que nem estavam na rota de colisão;
- Ou na pior das hipóteses, caso a rocha fosse grande demais, ou dependendo de sua composição e densidade, poderíamos não fazer a mudança de trajetória, ou fazer uma quase imperceptível, o que não nos ajudaria em nada.
Por isso os cientistas começaram a pensar em novas estratégias para lidar com o problema, e agora surgiu um novo plano: "amarrar" o asteroide ameaçador!
Sim, basicamente seria algo como um "Cowboy espacial", onde o asteroide ameaçador pode ser literalmente laçado e amarrado a outro objeto que possa, pouco a pouco (ou muito a muito), tirá-lo da rota de colisão.
A cientista espacial Flaviane Venditti, do Observatório de Arecibo, da Universidade da Flórida Central, sugere um método para amarrar o corpo celeste a outro corpo espacial, o que poderia fazer com que o centro de massa do asteroide se deslocasse, tendo sua trajetória alterada para uma órbita mais segura previamente calculada.
O plano e as simulações de computador realizadas foram detalhados em um artigo científico publicado no EPJ Special Topics.
"As simulações mostraram que o método é dinamicamente viável para resolver o impacto de asteroides. Além disso, ele não gera fragmentação, o que poderia ser um risco potencial", diz ela em um dos trechos do artigo.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que cientistas pensam em laçar asteroides. Em 2019, a cientista brasileira Alessandra Ferraz Ferreira sugeriu utilizar um veículo espacial conectado com um cabo de 100 quilômetros de comprimento que pudesse ser preso a algum asteroide perigoso, criando um efeito de repuxo que pudesse mudar sua trajetória. Por seu projeto, ela até recebeu o prêmio Mario Grossi. A novidade é que agora temos simulações que confirmam a eficácia do método.
Claro que todo esse plano é bem complexo, e depende de muitos fatores: precisaríamos de uma nave que pudesse chegar até o asteroide e "laçá-lo", e ainda precisaríamos encontrar algum outro objeto por perto para amarrá-lo. Mas não deixa de ser uma esperança. Além disso, o método de "laçar" asteroides parece ser mais seguro, evitando explosões que podem gerar escombros perigosos e fora de controle, como a possível chuva de meteoros que pode acontecer com a futura colisão que vai lançar um projétil no asteroide Didymos.
Imagens: (capa-ilustração) / ilustração / divulgação
23/06/2020
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